ATA DA NONAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 07-11-2007.
Aos sete dias do mês de novembro do ano de dois mil
e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste e Neuza
Canabarro. Constatada
a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Claudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo
de Souza, Jorge Sodré, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria
Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila,
Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon
e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os
Pedidos de Providência nos 4884 a 4895/07 e, conjuntamente com os
Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Guilherme
Barbosa, Marcelo Danéris e Mauro Pinheiro e a Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido
de Providência nº 4917/07; pelo Vereador Alceu Brasinha, os Pedidos de
Providência nos 4883 e 4916/07; pelo Vereador Aldacir Oliboni, os
Pedidos de Providência nos 4914, 4915, 4919 e 4920/07; pelo Vereador
Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 4879 a
4881/07; pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos
4897, 4899 e 4901/07; pela Vereadora Clênia Maranhão, o Requerimento nº 144/07
(Processo nº 8349/07); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência
nos 4896, 4898, 4900, 4902 e 4904 a 4913/07; pela Vereadora
Margarete Moraes, os Pedidos de Providência nos 4882 e 4918/07; pela
Vereadora Maria Luiza, os Projetos de Lei do Legislativo nos 269,
284 e 285/07 (Processos nos 8049, 8315 e 8316/07, respectivamente) e
o Pedido de Providência nº 4903/07; pelo Vereador Newton Braga Rosa, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 240/07 (Processo nº 7629/07). Também, foi apregoado o
Ofício nº 1428/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o
Projeto de Lei do Executivo nº 028/07 (Processo nº 8619/07). Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofícios nos 005/07, do Vereador Balduíno Pires da Silva
Neto, Presidente da Câmara Municipal de Sarandi – RS –; 290 e 1655/07, do Senhor
Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal – CEF –;
2642/07, do Senhor Ricardo Quijano Gomes Ferreira, Gerente de Desenvolvimento
Urbano da CEF. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor Celso Woyciechowski, Presidente da Central Única dos
Trabalhadores do Estado do Rio Grande do Sul – CUT/RS –, que discorreu sobre
mobilizações organizadas para o dia de hoje pela Central presidida por Sua
Senhoria. Sobre o assunto, informou que o objetivo dessas atividades é promover
uma jornada de debates, com a participação dos diferentes setores que compõem a
sociedade gaúcha, tendo como tema o conjunto de propostas para a área
tributária encaminhadas pela Governadora Yeda Crusius à Assembléia Legislativa
do Estado do Rio Grande do Sul. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento,
os Vereadores Adeli Sell, José Ismael Heinen, João Antonio Dib, Mario Fraga e
Sebastião Melo manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Às quatorze horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e seis
minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 244,
191/07, este discutido pelos Vereadores Margarete Moraes, João Antonio Dib e
Sofia Cavedon, e 223/07, discutido pela Vereadora Margarete Moraes, os Projetos
de Lei do Executivo nos 024, 025 e 027/07, este discutido pelo
Vereador Guilherme Barbosa, o Projeto de Resolução nº 078/07; em 3ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 221, 222, 236 e 174/07, este discutido
pela Vereadora Margarete Moraes, o Projeto de Lei do Executivo nº 023/07,
discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, Margarete Moraes e João Antonio
Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell comentou prisões realizadas
ontem pela Polícia Federal, de suspeitos de fraude em contratos públicos do Departamento
Estadual de Trânsito, ressaltando que empresas mencionadas nessa operação
mantêm contratos com a Secretaria Municipal da Juventude. Ainda, criticou a
gestão do Secretário Mauro Zacher, afirmando que não vêm sendo respondidos
Pedidos de Informação, encaminhados por Vereadores do PT, referentes a essa
Secretaria. A Vereadora Clênia Maranhão saudou o início da construção da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Rincão, obra já priorizada pelo Programa de
Orçamento Participativo no ano de dois mil e um, e registrou ter participado,
hoje, do Seminário Agência de Inovação de Desenvolvimento Científico e
Tecnologia de Porto Alegre, promovido pelo Governo Municipal. Além disso,
replicou críticas ao Secretário Mauro Zacher, efetuadas na presente Sessão pelo
Vereador Adeli Sell. O Vereador José Ismael Heinen manifestou-se acerca da
carga tributária brasileira, justificando que o Democratas é contrário à elevação
das alíquotas de tributos em nível municipal, estadual e federal. Nesse contexto,
defendeu a cessação da cobrança da CPMF, alegando que esse imposto penaliza
todos os brasileiros, mesmo os mais pobres, sem oferecer contrapartida em benefícios
programados por ocasião da sua criação. O Vereador Márcio Bins Ely contraditou
informações do Vereador Adeli Sell em relação aos recursos destinados à Secretaria
Municipal da Juventude pelo Governo Federal para aplicação no Programa Nacional
de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária – ProJovem.
Sobre o tema, analisou a importância de políticas públicas destinadas a essa
parcela da população e defendeu a gestão do Secretário Mauro Zacher nessa pasta
municipal. O
Vereador Luiz Braz criticou a Central Única dos Trabalhadores pela posição
assumida em relação à proposta do Governo Estadual, de aumento de impostos,
salientando que a CUT, por outro lado, não se posicionou contrariamente à
prorrogação da CPMF e afirmando que essa entidade adota uma postura partidária.
Nesse sentido, asseverou que a função primordial de instituições ligadas ao movimento
sindicalista é defender os interesses dos trabalhadores, o que, segundo Sua
Excelência, não vem sendo feito pela CUT. Em prosseguimento, foi apregoado Requerimento
de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PMDB,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador Haroldo de Souza
para os dias de hoje e amanhã, tendo a Senhora Presidenta declarado empossado
na vereança o Suplente Jorge Sodré, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude. Na oportunidade, foram apregoadas
Declarações firmadas pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do
PMDB, informando o impedimento dos Suplentes Gustavo Bierhals e Fabrício Klein
em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Haroldo de
Souza. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Newton Braga Rosa apoiou o Seminário
Agência de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Porto Alegre,
que está sendo realizado pela Prefeitura Municipal com o objetivo de analisar a
constituição de um órgão destinado à articulação entre os setores público e privado
na geração de produtos e serviços inovadores. Ainda, mencionou que houve
aumento na arrecadação de tributos municipais, apesar da redução de suas
alíquotas. O Vereador Bernardino Vendruscolo defendeu que, quando da discussão
do envolvimento de personalidades notórias em atividades ilegais, não sejam
divulgados os Partidos Políticos dessas pessoas, alegando que essa prática fere
indevidamente a reputação dessas agremiações. Também, posicionou-se pelo fim da
possibilidade de votação em mais de um candidato, nas eleições para o Conselho
Tutelar de Porto Alegre, sustentando que essa decisão proporcionaria o aumento
da lisura desse pleito. O Vereador Elói Guimarães propugnou pela investigação urgente
das denúncias de irregularidades envolvendo homens públicos do Rio Grande do
Sul, sustentando que nunca antes se viu no Estado situação com as características
das que estão sendo mostradas ultimamente pelos meios de comunicação. Nesse
sentido, mencionou as prisões de dirigentes do DETRAN-RS, alegando que a
administração pública deve zelar pela moralidade e transparência. A Vereadora Maristela
Maffei criticou notícias divulgadas pela imprensa sobre a manifestação de voto
de Sua Excelência em relação ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/07,
em tramitação nesta Casa, que dispõe sobre o PREVIMPA. Ainda, comemorou a
aprovação, pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, do
Projeto de Lei que obriga as Prefeituras gaúchas a manterem a folha de pagamento
do funcionalismo no Banrisul. Às dezesseis horas e três minutos, constatada a
inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram
presididos pelas Vereadoras Maria Celeste, Neuza Canabarro e Margarete Moraes,
esta nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados
pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha,
1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos
à
O
Sr. Celso Woyciechowski, representando a Central Única dos Trabalhadores do Rio
Grande do Sul, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à
Mobilização do dia 07 de novembro e o papel do Município de Porto Alegre, pelo
tempo regimental de 10 minutos.
Solicito
à nossa 2ª Vice-Presidenta que, por gentileza, assuma os trabalhos da Mesa
neste momento, tendo em vista a necessidade de esta Presidenta atender a
audiências com as comunidades que acabam de chegar a este plenário.
(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos
trabalhos.)
O
SR. CELSO WOYCIECHOWSKI: Srª
Presidenta, ao cumprimentá-la, estendo meus cumprimentos aos demais Vereadores
e Vereadoras, senhoras e senhores.
Em
primeiro lugar, é uma satisfação muito grande para a Central Única dos
Trabalhadores estar nesta tribuna se pronunciando sobre um tema extremamente importante
e que diz respeito a cada cidadão, a cada cidadã, gaúchos e gaúchas.
Nós,
hoje, dia 7 de novembro, construímos, juntamente com as outras centrais
sindicais, especificamente com Lutas e UGT, uma jornada pelo Estado do Rio
Grande do Sul, discutindo e debatendo o Pacote apresentado pela Governadora
Yeda Crusius à Assembléia Legislativa; pacote esse que não dialoga com o
desenvolvimento, que não dialoga com o equilíbrio financeiro e fiscal do nosso
Estado.
Portanto,
neste dia, construímos esta jornada com os diversos setores da sociedade,
setores pequenos, médios, microempresários e com setores como igrejas, ONGs,
comprometidos em termos um Estado que dialogue com o desenvolvimento, um Estado
indutor do desenvolvimento e da economia, um Estado capaz de produzir, gestar,
gerar e executar políticas públicas de qualidade, especialmente nas áreas da
Saúde, Educação, Segurança, Meio Ambiente, naquelas áreas em que os
trabalhadores e trabalhadoras, em que as comunidades mais pobres mais
necessitam do abrigo e do papel do Estado como indutor e construtor dessas
políticas públicas para os cidadãos e as cidadãs.
Portanto,
a Governadora Yeda Crusius apresenta um Pacote à Assembléia Legislativa que não
só não dialoga com o desenvolvimento, não só não dialoga com o equilíbrio
financeiro, não só não dialoga com a retomada do crescimento e do
desenvolvimento do nosso Estado, mas aniquila o Estado na sua capacidade de ser
construtor de políticas públicas, de ser executor na área da Saúde, na área da
Segurança e na área da Habitação.
O
Projeto de aumento de impostos apresentado na Assembléia Legislativa é uma
tragédia para a Economia do nosso Estado. Se, em 2005, quando nós tivemos o
chamado “tarifaço” do Governo do Estado, aumentando o ICMS de 25% para 29%,
depois 28%, nós tivemos no setor coureiro-calçadista, metal-mecânico e
moveleiro em torno de 100 mil postos de trabalho desperdiçados, e 100 mil
trabalhadores e trabalhadoras que perderam seus empregos, imaginemos nós, com
um tarifaço ainda maior que a Governadora apresenta para Assembléia Legislativa
e apresenta para o povo gaúcho, como ficará o desenvolvimento e a Economia do
nosso Estado? Com certeza, além de perder competitividade na Economia, perder
capacidade de produção para o desenvolvimento, nos tornaremos ainda mais reféns
da guerra fiscal instalada neste País. Portanto, acreditamos que há
alternativas existentes ao equilíbrio financeiro do nosso Estado que não seja o
aumento de impostos. E a própria Secretaria da Fazenda do Estado apresenta
dados extremamente interessantes como, por exemplo, em desonerações e
incentivos fiscais, o Estado deixa de arrecadar 6,6 bilhões de reais por ano;
em sonegação fiscal, o Estado deixa de arrecadar 1,5 bilhões de reais.
Portanto, a Governadora apresenta um Orçamento à Assembléia Legislativa com
déficit de 1 bilhão e 300 milhões de reais, e, aliás, é a primeira vez na
história deste Estado que um Governo apresenta Orçamento com desequilíbrio.
Sabemos que é um aperto nas desonerações, nos incentivos, e, na fiscalização,
se recupera e se busca o equilíbrio financeiro do nosso Estado. Mas, em vez de
fazer isso, a Governadora optou pela receita mais fácil, que é o aumento de
impostos como, sucessivamente, alguns governos vêm aplicando. Outros elementos
ainda mais preocupantes nesse Pacote que a Governadora apresenta, que é,
literalmente, um desmonte do Estado, é quando aplica e propõe a Lei de
Responsabilidade Fiscal estadual, que, literalmente, congela todas as
atividades do Estado, e, além disso, retira a sua potencialidade e a sua
capacidade de investir nos servidores, qualificar servidores, portanto investir
em qualidade de políticas públicas.
Essa
medida significa o fim de qualquer reajuste, de qualquer progressão funcional,
de qualquer pagamento de horas extras ou contratação de novos servidores para
todo o funcionalismo não só no Executivo, mas no Judiciário, na Assembléia
Legislativa.
São
medidas altamente preocupantes para um Estado que precisa retomar o
desenvolvimento, retomar a sua capacidade de ser interlocutor do desenvolvimento
da Economia.
Quando
a Governadora apresenta um Projeto de controle de Responsabilidade Fiscal, além
de retirar a potencialidade e a capacidade de qualificação e valorização dos
serviços públicos, retira, também, a capacidade de produção de políticas
públicas.
Já
temos na Educação, por exemplo, a chamada enturmação e a multisseriação,
questões altamente nefastas a um processo educativo competente e de qualidade.
Temos,
também, a Emater com mais de 400 servidores e servidoras demitidos; portanto,
retirando a capacidade desse órgão extremamente importante para a Economia,
especialmente da agricultura familiar, de ser, além de aporte da economia
familiar, um instrumento de oxigenação do desenvolvimento da Economia.
Mas,
não bastando isso, a Governadora apresenta mais um Projeto de transferência de
responsabilidades do Estado, o Projeto das chamadas OSCIPS, que retira ou
transfere as responsabilidades do Estado na área da Saúde, na área da
Assistência Social, na área da Educação, para organizações de iniciativa
privada.
Já
vimos o quanto é nefasta para a política pública a transferência das
responsabilidades do Estado para organizações sociais que, muitas vezes, não
têm responsabilidade com o que é público e com o que é, realmente, de
necessidade social.
Temos,
na Educação, a primazia de buscarmos a construção de escolas que estão caindo,
e, aliás, o que mais se comenta é que a maior obra que a Governadora tem feito
é destruir e derrubar paredes entre salas de aula para fazer a enturmação e a
multisseriação.
Não
tem construído escolas; aliás, tem destruído o que há e o que foi produzido de
bom e de qualidade na área de Educação neste Estado.
Portanto,
essa Jornada da Central Única dos Trabalhadores, juntamente com outras centrais
sindicais, busca, além de tudo, fazer um diálogo permanente com a sociedade
gaúcha, com os diversos setores da Economia, setores públicos, de servidores,
de autarquias, de instrumentos de oxigenação do desenvolvimento da Economia,
para que esse Projeto seja rejeitado na Assembléia Legislativa. E, aqui, meus
senhores e senhoras, os Vereadores e Vereadoras têm um papel extremamente
importante neste diálogo, no sentido de buscar a afirmação, em primeiro lugar,
da democracia e de espaços de debate e de construir a possibilidade de a Governadora
retirar esses Projetos da Assembléia Legislativa, para que possamos fazer uma
construção mais equilibrada com os diversos setores da sociedade, de
trabalhadores, de empresários, de universidades, buscando as alternativas para
o desenvolvimento e para a Economia e, portanto, para o equilíbrio financeiro
deste Estado.
Precisamos
buscar esse elo, e que a Assembléia Legislativa também seja um canal de diálogo
e de construção dessas alternativas que por ora estamos apresentando no dia de
hoje, com essa Jornada da Central Única dos Trabalhadores, nas diversas regiões
do Estado.
Hoje,
tivemos em Porto Alegre, em Caxias do Sul, em Santa Maria, em Passo Fundo, em
Cachoeira do Sul, em Sant’Ana do Livramento, em Santa Cruz e em Pelotas,
regiões que se mobilizaram e discutiram o quanto é nefasto esse Pacote - esses
seis, sete Projetos apresentados pela Governadora, na Assembléia Legislativa -,
para a Economia do nosso Estado, e, principalmente, para aqueles que mais
precisam do Estado como executor, como proponente de políticas públicas na área
da Saúde, da Educação e da Segurança.
Portanto,
todos nós precisamos estar, aqui, imbuídos
da idéia de buscarmos alternativas para a recuperação do déficit e do
equilíbrio financeiro do nosso Estado e cobrar daqueles agentes, por exemplo, o
Governo do Estado, que façam com que o Estado volte a ser um indutor do
desenvolvimento da Economia, que façam com que o Estado cumpra com o seu papel
e não transfira responsabilidades; que façam com que não tenhamos, mais uma
vez, um tarifaço nunca visto na história do Rio Grande do Sul, aplicado sobre a
Economia e, portanto, comprometendo a Economia, comprometendo, talvez, milhares
e milhares de postos de trabalho, e não buscando o equilíbrio financeiro que
tanto precisamos para a retomada do desenvolvimento, e que o Estado cumpra com
o seu papel, especialmente no que se diz respeito à política pública na área da
Saúde, da Educação e da Segurança.
Não
sabemos o que serão os próximos dias aqui no nosso Estado. As forças de
Segurança, a Polícia Civil, a Susepe, o IGP estão em greve ontem e hoje.
A Brigada Militar abre a operação padrão já nos próximos dias; portanto, se a
Segurança está mal, pode ficar ainda pior. Precisamos tomar uma atitude
coletiva para que se breque esse projeto neoliberal instalado no Palácio
Piratini, que tem levado a Economia do nosso Estado a pagar um preço muito alto
e, com certeza, ainda mais a população, porque não terá política pública na
área da Saúde, da Educação e da Segurança, com um Estado completamente sucateado.
Esse é o apelo que a Central Única dos
Trabalhadores traz aqui, fazendo uma proposição muito forte e construtiva com a
Câmara de Vereadores de Porto Alegre, para que tenhamos uma atitude em relação
a esse pacote da Governadora, encaminhado à Assembléia Legislativa, que
afetará, com certeza, a Economia do nosso Estado, e afetará cada gaúcho, cada
gaúcha. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada.
Convidamos o Sr. Celso Woyciechowski a fazer parte da Mesa.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Verª Neuza Canabarro; meu caro Celso, Mui Digno Presidente da Central
Única dos Trabalhadores, eu queria fazer uma saudação especial aos servidores
do Município de Porto Alegre, aos nossos artesãos do Brique da Redenção cuja
direção está sendo recebida, neste momento, pela nossa Presidenta.
Falo em nome da minha Bancada - todos os Vereadores
do PT estão presentes - para saudar a Central Única dos Trabalhadores, os
movimentos sindicais e populares na sua grande batalha pela dignidade do seu
trabalho, pela valorização do trabalho, seja na iniciativa privada, seja no
serviço público e, evidentemente, lutando contra um conjunto de medidas que
vêm, hoje, do Governo do Estado e que, na verdade, atropelam a iniciativa sadia
da nossa sociedade de ter um equilíbrio, principalmente na questão tributária
e, sem dúvida nenhuma, pedindo, solicitando, mobilizando reivindicações
extremamente justas de todos os trabalhadores.
Meu caro Celso, leve da Bancada do Partido dos
Trabalhadores a saudação e muitas vitórias neste final de ano de 2007. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Ver. Neuza Canabarro, na presidenta dos trabalhos; quero cumprimentar o Sr. Celso Woyciechowski, Presidente da
Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul - CUT - Rio Grande do Sul
e dizer, em nome do Democratas, Sr. Presidente, que o nosso Partido se
posicionou, desde o princípio, coerentemente, contra o aumento de impostos e
taxas, tanto em nível Municipal, Estadual e Federal. Quero me engajar na luta
da CUT, se necessário for, se assim for do interesse dos senhores, contra o
aumento dos impostos do Estado do Rio Grande do Sul. Porém, quero fazer um
convite, também, a esta Central Única dos Trabalhadores para cerrar fileira com
o Democratas lá em Brasília contra o aumento da CPMF, que é um imposto tão
danoso quanto o ICMS daqui do Estado do Rio Grande do Sul. Concordo ipsis
litteris com o que Vossa Senhoria relatou, porque a falta da aplicação
consentânea de impostos que nós arrecadamos é até demais; nas políticas
públicas, onde faz falta, é onde nós necessitamos. Parabéns; estamos à
disposição nesta luta hercúlea, que é cíclica na história deste País. Muito
obrigado e parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. José Ismael Heinen.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; meu
caro Celso Woyciechowski, Presidente da Central Única dos Trabalhadores, eu
tenho a tese de que só se deve falar daquilo que se entende, e eu confesso que,
se eu fosse Deputado Estadual, eu teria dificuldades imensas em dizer “sim” ou
“não”; eu teria convicção quando dissesse um ou outro. E, se eu dissesse não,
eu diria como acertar, porque essa história de dizer que está tudo errado não
vale; é preciso saber como se acerta. Nós conhecemos as dificuldades que o
Estado enfrenta, e isso todos os gaúchos sabem, não foram criadas agora, mas
uma coisa eu não vou aceitar: que a Governadora não tenha dialogado. Eu nunca vi
- não é do meu Partido; o PSDB não está presente - nenhum Governador dialogar tanto, falar com todos os Deputados,
falar com as entidades, falar com outros Prefeitos, ir para o interior do
Estado defender a sua tese, tentando mostrar as dificuldades que são
enfrentadas pelo Estado do Rio Grande do Sul, que começam lá na União, quando o
Presidente Lula não aceita falar em alongamento da dívida; quando o Sr. Arno
Augustin não aceita pagar aquilo que ele disse que tinha que ser pago, quando
ele estava como Secretário da Fazenda. Então, a situação é difícil, e eu
confesso que sou ignorante o bastante para não saber o que fazer, e eu até me
sinto feliz por não ter que decidir lá. Mas eu digo de novo: se eu dissesse
“não”, eu saberia por quê; se eu dissesse “sim”, eu também saberia por quê.
Agora, vou dar uma contribuição para a CUT: a Tribuna Popular também pode ser
exercida em frente da Prefeitura, duas vezes por mês. Depois, vou passar às
mãos do amigo o Decreto que normatiza; até hoje, só o Sindicato dos Municipários,
uma vez, usou a Tribuna Popular em frente da Prefeitura, com mais espaço e com
muito mais gente para ser ouvida. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Mario Fraga está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. MARIO FRAGA: Srª
Presidente, Verª Neuza Canabarro; nosso
amigo, Presidente Celso, nós, da Bancada do PDT, dos Vereadores Nereu D’Avila,
Neuza Canabarro, Márcio Bins Ely, Ervino Besson e deste Vereador, nos somamos à
sua luta, Celso, principalmente à sua luta - conheço bem o trabalho de V. Sa. -
pelos trabalhadores. O PDT, Partido Democrático Trabalhista, tem o Ministro
Lupi, no Ministério do Trabalho, e, nesse sentido, nos somamos à sua luta e damos
os parabéns por V. Sa. ter trabalhado tanto em prol dos trabalhadores. O que o
PDT deseja é que a luta continue, porque os trabalhadores precisam dessa
proteção. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Mario Fraga.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro;
prezado Celso, Presidente da CUT do Rio Grande do Sul; demais Vereadores e
Vereadoras; especialmente os cidadãos de Porto Alegre que nos dão a honra de
suas presenças nas galerias deste plenário; prezado Celso, eu acho que essa
matéria tem um pano de fundo, num País que se diz federativo, mas que, na
verdade, é um Estado Unitário, onde a União pode tudo, os Estados podem um
pouquinho, e os Municípios, quase nada.
No
primeiro Governo Fernando Henrique, nós tínhamos uma carga tributária que
chegava a 28%. Já no segundo Governo do Lula, nós temos uma carga tributária
que chega a quase 40%. No final da Constituinte, os Municípios
ficavam com 20% do que o Brasil arrecadava em impostos. Hoje, a carga
tributária é 40%, e os Municípios não ficam com 13,5%. O Rio Grande do Sul, que
foi opulento celeiro do Brasil, se transformou nisso que está aí: um Estado que
gasta 72% com a folha de pagamento e tem capacidade de investimento zero. E
quero dizer que ninguém pode, seja na Esquina Democrática, seja em Pelotas,
Santa Maria ou Caxias do Sul, ir para a praça pública e dizer que não há
responsabilidade, porque todas as forças políticas deste Estado governaram este
Estado. Não há solução fácil para temas difíceis; não sei se este é o melhor
caminho, não sei se este é o único caminho. Agora, eu só sei é que nós não
podemos ter uma máquina pública no Brasil que não atenda o cidadão; uma máquina
onde faltam dez mil Brigadianos, que não tem médicos, que não tem posto, onde o
dinheiro da Saúde, que é 12%, chega 4,5%. Isso não dá para continuar, porque o
patrão deste Parlamento, o patrão da Prefeitura, o patrão do Governo do Estado
é o povo. Vossa Senhoria tem a nossa solidariedade por tantos serviços que a
CUT presta ao Brasil, ao Rio Grande, sem dúvida alguma. Agora, eu,
sinceramente, não sei qual é o caminho da roça, não tenho um discurso pronto,
fácil para isso. A verdade é que o Rio Grande está encalacrado. E a única coisa
que pode nos unificar neste momento é fazer a marcha que os Farroupilhas
fizeram em 1835, marchar em direção ao Poder Federal para dizer que o Rio
Grande quer de volta aquilo que ele produz, porque, hoje, nós estamos sendo
saqueados. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Sebastião Melo.
Agradecemos
a presença do Presidente da CUT no Rio Grande do Sul, Sr. Celso Woyciechowski.
Suspendemos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h35min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro – às 14h36min): Estão reabertos os trabalhos da presente
Sessão. Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 6560/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 191/07, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera a ementa, o art. 1º e o art. 2º da Lei
nº 6.949, de 4 de dezembro de 1991, que determina a execução do Hino Nacional
Brasileiro, antes do início das aulas, na rede de ensino público municipal de
Porto Alegre, incluindo a obrigação da execução do Hino Rio-Grandense nas
escolas públicas da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre e dando outras
providências.
PROC.
Nº 6684/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 078/07, de autoria do Ver. José Ismael
Heinen, que cria, na Câmara Municipal de Porto Alegre – CMPA –, a Frente
Parlamentar Pró-Ponte do Guaíba, determina seus objetivos e dá outras
providências.
PROC.
Nº 7119/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 223/07, de autoria da
Verª Neuza Canabarro, que denomina Rua Paulo Rogério Amoretty Souza o
logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 7042 – Loteamento Lagos de
Nova Ipanema. (Este projeto com parecer favorável das
Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo
requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 7852/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 244/07, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Nestor Ramos de Oliveira o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua F – Vila São Judas Tadeu –, localizado
no bairro Partenon. (Este projeto com parecer favorável das
Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo
requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 8326/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 024/07, que declara de
utilidade pública a Associação Beneficente Nossa Senhora da Assunção – ABENSA.
PROC.
Nº 8327/07 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/07, que declara de
utilidade pública a Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural – ASCAR.
PROC.
Nº 8484/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 027/07, que altera a
redação do “caput” e parágrafo único do art. 54 da Lei nº 7.595, de 17 de
janeiro de 1995, que dispõe sobre o processo de eleição dos Conselhos Tutelares
no Município de Porto Alegre, e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 5566/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 174/07, de autoria da
Verª Margarete Moraes, que inclui § 3º no art. 1º da Lei nº 9.650, de 14 de
dezembro de 2004, estabelecendo a localização do REGRAF-GIBITECA.
PROC.
Nº 7115/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 221/07, de autoria da
Verª Neuza Canabarro, que denomina Rua Irany de Oliveira Sant’Anna o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 7043 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema.
(Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais
tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da
Câmara.)
PROC.
Nº 7117/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 222/07, de autoria da
Verª Neuza Canabarro, que denomina Rua Manoel Braga Gastal o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 7041 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema.
(Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais
tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da
Câmara.)
PROC.
Nº 7451/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 236/07, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ilton Moreira de Souza o logradouro
público não-cadastrado, conhecido como Rua 6419, localizado no bairro Ponta
Grossa. (Este projeto com parecer favorável das Comissões
Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo
requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 8247/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/07, que autoriza o
Poder Executivo a celebrar contrato de parcelamento de dívida junto à Caixa
Econômica Federal, relativo ao Seguro Habitacional, do Sistema Financeiro da
Habitação – SH/SFH, decorrente de débitos contraídos pelo Departamento
Municipal da Habitação – DEMHAB, com garantias do Município, e dá outras
providências.
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras, temos alguns
Projetos que se iniciam hoje em Pauta. O período de Pauta ocorre quando os
projetos estão sendo apresentados pela primeira vez para a comunidade.
Vou
tratar hoje do Projeto do Poder Executivo, que pede para esta Câmara aprovar o
parcelamento da dívida junto à Caixa Econômica Federal, relativa ao Seguro
Habitacional do Sistema Financeiro de Habitação. E faço esta fala aproveitando
que temos hoje, no Plenário, diversos segmentos da sociedade, entre eles
moradores da Vila Dabdab, que estão sendo despejados, neste momento, pela
Prefeitura Municipal. Estão assentados no leito da rua. E o Departamento
Municipal de Habitação nos pede para analisarmos o processo, para que
autorizemos a Prefeitura a fazer o parcelamento da dívida com o Município. A
nossa Bancada é favorável à aprovação do Projeto para fazer o parcelamento,
mas, ao mesmo tempo, não pode admitir que injustiças sociais continuem sendo
executadas, principalmente com as famílias que vieram pedir socorro a esta Casa,
justamente pela dificuldade do trato com a política habitacional do Município
de Porto Alegre.
Quando
discutimos o Sistema Financeiro de Habitação, que, pela primeira vez, neste
País, está tendo uma política direcionada ao sistema habitacional, principalmente
àqueles que ganham de zero a seis salários mínimos, nós temos que tratar esse
tema sempre na conjuntura, no contexto de todo o sistema habitacional.
Certamente,
iremos, já, fazer um contato com o Secretário Municipal de Habitação, Nelcir
Tessaro, para enfrentarmos esse problema e não permitirmos que estas famílias
que vieram nos visitar hoje sejam despejadas porque não estavam no cadastro
original. Precisamos fazer uma correção e sairemos daqui com um diálogo com a
Presidenta da Casa, neste momento. E, como estamos tratando deste Projeto do
Executivo, para celebrar o contrato do parcelamento da dívida junto à Caixa
Econômica Federal, relativo ao Seguro Habitacional do Sistema Financeiro de
Habitação, somos favoráveis, sim, à aprovação deste Projeto, mas para que ele
possa facilitar e agilizar a política habitacional, principalmente para aqueles
que mais precisam, que são aqueles despossuídos ou que não têm renda fixa ou
salário fixo. E, para isso, o sistema habitacional existente hoje, via Caixa Econômica
Federal, desde que haja projeto, permite que esses projetos sejam encaminhados
com uma relação propositiva.
Portanto, Srª Presidenta, esta é a contribuição
hoje para este primeiro Projeto em Pauta.
Quero cumprimentar o funcionalismo público, que
está aqui novamente e que vem a esta Casa buscar o diálogo. Neste momento,
estamos fazendo o diálogo dos primeiros projetos que são apresentados à Casa.
Diálogo é palavra fundamental para todos nós, para que possamos propor e
resolver problemas, e não deixar que injustiças, sob o ponto de vista das
instituições públicas, sejam cometidas. Portanto, somos favoráveis ao
encaminhamento e à aprovação, inclusive com rapidez, para que essa dívida do
Município com o Sistema Financeiro de Habitação seja resolvida o mais
rapidamente possível. A nossa proposta é a defesa imediata desse Projeto, para
que seja resolvida esta pendência do Município com o Executivo e para que as
políticas públicas de habitação cheguem a todos, principalmente a quem mais
precisa.
E sempre, a postura é a seguinte: despejo não;
existe solução. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
SRA.
PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Comassetto.
A Verª
Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Neuza
Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores e
todas as pessoas que visitam esta Casa nesta tarde de quarta-feira, em
discussão preliminar de Pauta, quero propor um diálogo com o meu amigo Ver.
Bernardino Vendruscolo, que propõe - eu entendi - a execução do Hino Nacional
Brasileiro nas escolas, incluindo a obrigação da execução do Hino
Rio-Grandense.
Eu tenho dúvidas se um Hino tem maior importância
do que o outro e acho que as escolas devem ensinar todos os hinos; aprendi isso
na minha infância, lá em Irai. Mas tenho dúvidas e gostaria de ouvir V. Exª ,
para que pudéssemos dialogar melhor e para que eu tenha um entendimento, porque
não consegui ler o Projeto.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Muito obrigado pela oportunidade, Vereadora. O que temos hoje,
Vereadora? Temos a Lei nº 6.949, que diz que as escolas da rede de Ensino
Público Municipal de Porto Alegre ficam obrigadas a executar, nas segundas-feiras,
antes do início de cada turno das aulas, o Hino Nacional Brasileiro.
O que eu estou pretendendo? Que fique obrigado, na
rede de Ensino Público, o Hino Nacional e também o Hino Rio-Grandense.
A SRA. MARGARETE MORAES: Agora, eu
compreendi. Obrigada, Vereador.
Temos
o Projeto da Verª Neuza, que homenageia
Paulo Rogério Amoretty Souza, uma das vítimas da tragédia do vôo da TAM 1034;
foi uma personalidade pública ligada ao futebol. Eu acho que é absolutamente
justo.
Há o PLL nº 174/07, de minha autoria, que inclui o
estabelecimento da localização do Regraf-Gibiteca. Existe uma produção cultural
muito importante em Porto Alegre, que diz respeito aos grafistas, que são
aqueles desenhistas que fazem cartoon, caricatura, charge, desenhos,
ilustrações e história em quadrinho. É muito forte essa expressão em Porto
Alegre, eles são reconhecidos no Exterior, têm prêmios no Japão, na Europa e,
às vezes, não são tão reconhecidos aqui. Pois eles possuem um acervo do maior
significado; esse acervo compõe o Regraf-Gibiteca, e eles querem que essa
biblioteca se situe na Usina do Gasômetro. Já houve um acordo com o Governo,
mas, como não aconteceu, eles me procuraram, e agora estamos transformando em
lei.
Por fim, quero dizer que, ao Projeto de Lei do
Executivo que o Ver. Comassetto colocou, de celebrar contrato de parcelamento
de dívida junto à Caixa Econômica Federal, relativo ao Seguro Habitacional,
nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, somos favoráveis; mas quero dar
as boas-vindas às pessoas que acabaram de sair. Todas essas pessoas lutam pelo
mais sagrado, mais elementar direito, que é o direito de moradia, o direito de
moradia com dignidade. Nós, da CEDECONDH, recebemos, cotidianamente, essas
pessoas que participam das ocupações, que estão sem direito à Saúde, à
Educação, sem direito a uma alimentação razoável. Inclusive, há crianças que
correm risco de vida. Nós apoiaremos esse Projeto do Executivo, mas achamos que
o Governo tem que ter também condições de atender essas pessoas que estão nesta
Casa agora de uma forma mais urgente, de uma forma que agilize muito mais esse
serviço que diz respeito ao direito à terra. Que a função social da terra seja
para aqueles que mais precisam.
Neste momento de discussão preliminar de Pauta, eu
fico por aqui, Srª Presidenta. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta
Verª Neuza Canabarro; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu sempre rendo a minha homenagem às pessoas
inteligentes, e o Ver. Carlos Roberto Comassetto é inteligente; usou o Projeto
de Lei do Executivo que está no terceiro dia de Pauta para tratar de um assunto
que lhe interessava e interessava a mais gente que está presente. Na verdade, o
Executivo Municipal está tentando equacionar - equacionou, melhor dito - uma
dívida da Administração passada, que foi cobrada no início da Administração
Fogaça, no valor de 8 milhões e 700 mil reais. E a Administração Fogaça e a Caixa
econômica Federal, buscando um encontro de contas e buscando a procedência da
dívida, concluíram que a dívida era só de um milhão e 875 mil reais, e está
sendo paga, e agora, com o parcelamento, a coisa vai se tornar mais fácil.
Eu também tenho as minhas dúvidas, Verª Margarete, quanto ao Projeto de Lei do Ver.
Bernardino Vendruscolo. Eu poderia dizer também que gostaria que cantassem o
Hino de Porto Alegre, oficializado em 24 de julho de 1984 pelo Decreto nº 8.451.
Mas a Lei na qual o Ver. Bernardino se ampara não foi sancionada pelo Prefeito;
foi vetada pelo Prefeito, na oportunidade. E a Procuradoria da Casa levantou
dúvidas quanto à organicidade do Projeto de Lei, porque invadia a área de
competência da Administração, competência do Prefeito.
Já que a Lei foi promulgada pela Câmara, eu não vi
ninguém fiscalizando se todas as segundas-feiras, e nos dois turnos, cantam o
Hino Nacional. Eu não sei. E não sei como o Executivo encararia, hoje, a
modificação.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Obrigado, Ver. João Antonio Dib. Bom, em primeiro lugar, eu não sou
separatista; já tive algumas idéias revolucionárias, mas, com o tempo, nós
vamos amadurecendo e mudando. Eu só acho o seguinte: é muito mais importante
para nós, aqui do Rio Grande do Sul, o Hino Rio-Grandense do que o Hino
Nacional. Eu não excluo; apenas acho que, se nós temos a obrigatoriedade de
cantar o Hino Nacional, não podemos excluir o Hino Rio-Grandense, tão-somente
isto. E acho que a Lei, por promulgada, tem o mesmo valor que sancionada.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato pelo
aparte, Verª Sofia Cavedon; V. Exª me honra com o seu aparte.
A Srª Sofia Cavedon: Ver. João
Antonio Dib, estabelecer, deste Parlamento, obrigatoriedade para atividades
dentro da escola é um equívoco, porque diz respeito à gestão democrática, a
toda a construção do nosso Sistema Municipal de Ensino, seja em termos de
currículo e, principalmente no que diz respeito à obrigatoriedade de cantar
hino. Nós já avançamos a ditadura militar, as nossas escolas ensinam o Hino
dentro em um contexto pedagógico, dentro de um projeto pedagógico, de momentos
das escolas. Então, acho que a Câmara precisa respeitar o que é conquista dos
trabalhadores da Educação e das comunidades escolares. (Palmas.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Obrigado. Eu
devo dizer que, desde criança, sei cantar o Hino Nacional e o Hino
Rio-Grandense. Sei cantar os dois, e os canto sempre, quando esta Câmara faz
Sessões Solenes, iniciando com o Hino Nacional e encerrando com o Hino
Rio-Grandense. Eu sou do tempo que havia aula de Moral e Cívica. Hoje, não tem
mais. (Manifestações nas galerias.) Olha, eu ouvi uma manifestação contrária a
aulas de Moral e Cívica, talvez faltem mesmo. Acho que têm razão, estão
faltando.
Mas, de qualquer forma, eu não sei, se nós fizermos
leis... E eu tenho dito que não basta fazer leis: é preciso que elas sejam
cumpridas. Então, eu não sei se o fato
de fazer mais uma lei em cima de uma Lei que, provavelmente, não esteja sendo
cumprida, vai resolver o nosso problema. O nosso problema não é a falta de
leis; é a falta do cumprimento de leis. Isto já diziam em 1830; não é de agora.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro;
colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham neste
período de discussão sem votação, que nós chamamos de discussão preliminar, eu
quero abordar um Projeto do Executivo que foi protocolado, agora, no dia 31 de
outubro, que pretende alterar a redação do caput e o parágrafo único do
art. 54 da Lei nº 7.595, de 17 de janeiro de 1995, que dispõe sobre o processo
de eleição dos Conselhos Tutelares do Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
O
objetivo do Projeto - é um Projeto muito curto, com apenas um artigo - é de passar
a posse dos Conselheiros eleitos agora, no dia 30 de setembro - a posse seria
no dia 31 de outubro - para a 31 de dezembro de 2007.
Eu
quero aproveitar este Projeto e trazer de volta o debate que nós temos feito
aqui, vários Vereadores, sobre a última eleição do Conselho Tutelar em Porto
Alegre. Neste momento, este Projeto fica, de certa maneira, fora do debate e
fora do problema que aconteceu nessa última eleição.
Há,
neste momento, Ver. Bernardino, dos 50 Conselheiros eleitos, 22 - portanto,
quase a metade dos Conselheiros recentemente eleitos - sendo investigados pelo
Ministério Público Estadual. E já se sabe que alguns dos eleitos, com certeza,
não serão empossados. Há um caso, na Região 8, que é a Região Central da
Cidade, em que as pessoas simplesmente fraudaram o local de moradia. O
candidato, Conselheiro posteriormente eleito, tem que morar em Porto Alegre, e
as pessoas moravam fora da Cidade - se não me engano, em Canoas - e fraudaram
um documento para dizer que moravam em Porto Alegre. Essas pessoas não têm a
menor chance. Sabe-se que 22 dos 50, portanto, repito, quase 50% dos eleitos,
Ver. Dib, estão sob suspeição. Ora, uma eleição em que quase a metade dos
eleitos está sob suspeita tem que ser anulada! Esta é a posição pessoal deste
Vereador. Essa eleição perdeu a credibilidade, não tem sentido. Essa eleição
tem que ser anulada! (Palmas.) Eu vejo que esta decisão, este Projeto do
Governo está fora da realidade em que nós vivemos recentemente.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Barbosa, eu quero cumprimentá-lo. Essa informação eu não tinha,
mas eu tenho outra, que é do dia da eleição, quando houve uma divisão em dois
grupos: aqueles que eram apoiados, literalmente, por Partidos políticos, e os
que eram apoiados por determinados segmentos religiosos. Com isso que eu vi e
mais isso que V. Exª coloca, eu também
sou da opinião de que devemos anular a eleição. (Palmas.)
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Muito obrigado. Não tem outra saída!
Porto
Alegre foi a primeira Capital a instituir o seu Conselho Tutelar, mas, ao longo
do tempo, o Conselho Tutelar virou um bom emprego, sendo disputado por pessoas
sem nenhum trabalho anterior com crianças e adolescentes, com uma série de
entidades que também não têm nenhum trabalho nessa área dando comprovantes de
atuação. Lamentavelmente, o que menos está centrado nessa eleição é exatamente
aquilo com que se tem preocupação, que é o objetivo do Conselho Tutelar. Saiba
V. Exª , Ver. Sebenelo, que houve Região em que os eleitos, com base em
transporte e por aí afora, fizeram mil votos a mais do que os suplentes. Olha,
aí tem coisa muito errada! E, em algumas situações, essas pessoas do Conselho
Tutelar, que foram eleitas e que o Ministério está pesquisando, tinham trabalho
antes, e alguns dos eleitos não tinham.
O
Sr. Claudio Sebenelo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Quero lhe dar os parabéns pela sua postura, pela sua posição, e
gostaria de dizer que somos pela anulação da eleição pela forma como ela foi
abastardada. Muito obrigado.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Guilherme Barbosa.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. A Verª Sofia Cavedon está com
a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores e colegas que acompanham esta Sessão, os Projetos
que começam a tramitar sempre são debatidos no início das Sessões - digo isto
para o pessoal entender. E eu não poderia me furtar de fazer o debate sobre a
proposição do Ver. Bernardino, recuperando um pouco, Ver. Bernardino - que está
no primeiro mandato -, o debate que nós já acumulamos em função de eu já estar
no segundo mandato. No primeiro mandato, tínhamos, de fato, muitos Projetos de
Lei que determinavam, muitas vezes por preocupação dos Vereadores, pautas,
temas, disciplinas para os currículos das escolas e outras questões
relacionadas ao trabalho dos nossos profissionais da Educação. Na época, há uns
seis anos, chegamos a realizar um seminário da Comissão de Educação da Casa;
chamamos o Conselho Municipal de Educação para termos um parecer definitivo,
nesta Casa, se era ou não competência do Legislativo legislar sobre o currículo
escolar, Ver. Bernardino. E aí, essa nossa caminhada nacional, da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, da nossa caminhada no Município, que
já tem Leis aprovadas desde a criação do Sistema Municipal de Ensino, que veio
consolidar, numa única Lei, outras Leis anteriores do Conselho Municipal de
Educação, das eleições diretas para diretores, e a Lei dos Conselhos Escolares
- que são três - e mais a Lei do Sistema Municipal de Ensino, traz para a
cidade de Porto Alegre uma gestão democrática no seu sistema próprio com órgão
gestor, fiscalizador e executivo, a democracia, a autonomia dessa rede
municipal. E especialmente na questão curricular, para nós, Ver. Bernardino,
currículo são todos os momentos oportunizados aos nossos alunos em escolas, não
é apenas a lista de conteúdo; é todo o processo educativo que vai acontecer
desde o ingresso na escola, desde os momentos de recreio, a alimentação no
refeitório, a relação com os funcionários de limpeza, de segurança; são também,
sim, os momentos cívicos, as datas comemorativas, os sábados integradores e
também a sala de aula, aquele momento mais debruçado no conteúdo, especificamente.
Portanto, esse currículo é de autonomia da sua escola, pois cada escola aprova
seu regimento escolar. A legislação federal determina um conjunto de
disciplinas básicas, mas há toda uma parte diversificada, uma autonomia e,
principalmente, o respeito às comunidades escolares, à sua gestão, à construção
do seu regimento escolar, do seu plano anual de ensino, e tudo isso vai ser
revisado, votado pelo órgão máximo da escola, que é o Conselho Escolar.
Portanto,
não cabe, Ver. Bernardino, mesmo havendo uma lei - e hoje é uma lei morta que
determina -, legislarmos sobre o currículo da escola. Cabe, sim, fiscalizar,
ouvir as escolas, valoriza e respeitar o seu trabalho e a sua organização.
Infelizmente, não estamos olhando em relação à sua vida funcional, como é o
caso do PREVIMPA, que é o que traz os funcionários aqui, que pedem para ser
ouvidos, pedem para participar e nem conquistando gestão democrática são
ouvidos.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Obrigado, Vereadora. Eu vejo que V. Exª tem uma platéia toda. Que bom!
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Eles
não são platéia, Ver. Bernardino; respeitemo-los.
(Manifestações
nas galerias.)
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: E
é uma platéia elegante...
Veja
V. Exª que eu não estou inventando
nada; a Lei existe. Eu apenas estou incluindo, não estou inventando nada.
Agora, eu só gostaria de dizer que, então, revogamos o que está. Mais uma coisa
que eu gostaria de dar conhecimento a V. Exª , já que V. Exª falou que conhece tanto: foi um Presidente
desta Casa, do seu Partido, que promulgou esta Lei. Está bem?
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Está
bem, Ver. Bernardino Vendruscolo. E mesmo o meu Partido não tem obrigação de
participar de uma caminhada de educação, não é da área, a gente tem aprendido
coletivamente.
O que nós não aceitamos mais é o que a Rede Municipal de
Ensino, os professores, as nossas
comunidades escolares têm vivido nos últimos tempos: o profundo desrespeito,
inclusive pelas conquistas consagradas em lei. Então, vamos respeitá-los,
fundamentalmente, inclusive na sua competência técnica de profissionais da
Educação, e também a legislação brasileira e Municipal. Eu acho que os
funcionários, trabalhadores em Educação, já sofreram por demais desrespeito,
nós não aceitamos mais interferências externas sem diálogo. Vivemos em
democracia e conquistamos democracia na Educação, em nome da qualidade da
educação e do respeito que nós, Vereadores, e que o Governo tem que ter com os
cidadãos desta Cidade. Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
Obrigada, Verª Sofia Cavedon. Solicito
à Verª Margarete Moraes que assuma a
presidência dos trabalhos.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Verª Neuza Canabarro, colegas Vereadores e
Vereadoras, servidores do Município de Porto Alegre, hoje, mais uma vez, sou
obrigado a falar sobre um tema, que são as relações promíscuas da Secretaria
Municipal da Juventude com certas entidades. Eu falei, há quase 60 dias, desta
tribuna, do contrato assinado pela Secretaria com uma determinada fundação de
Santa Maria. Pois, ontem, os principais atores que assinaram esse contrato com
a Prefeitura, com o Detran, foram presos. Eu quero saber, e o Governo não
consegue responder, a não ser lançando impropérios contra mim, mas não consegue
mostrar os contratos feitos pela Secretaria Municipal da Juventude com a antiga
Fundec, com a Fundae, contratos assinados por aqueles que estão hoje
trancafiados: José Fernandes, Ferdinando Fernandes e outros tantos que foram
presos ontem em Santa Maria.
Também
não tive retorno sobre o “eventão” do ano passado, que também foi realizado por
essas mesmas pessoas. E ontem fui alertado das relações que a tal da empresa
Pensant tem com a Secretaria da juventude; hoje, o seu site sumiu do ar.
Coincidência? Não! Porque tem outra questão que sei que também não é
coincidência: recebi um e-mail desaforado, afrontoso, de uma pessoa de
determinada oficina e loja de peças do 4º Distrito, defendendo quem? O Sr.
Mauro Zacher. Pois, hoje, coincidência ou não, Ver. João Dib, esse site
está fora do ar! É muita coincidência. Estão se escondendo!
Quem
não irá se esconder é o Líder da Bancada do PT; os seus Vereadores têm vários
Pedidos de Informações, os quais não são respondidos pelo Sr. Mauro Zacher.
Está com medo de quê?
As
mesmas pessoas - volto a insistir - que assinaram os contratos que levaram,
segundo dados da Polícia Federal, da Receita Federal, 40 milhões dos cofres
públicos, são as mesmas que negociam, que tratam do tema com a Secretaria da
Juventude, com o Sr. Mauro Zacher. E daí? Haverá alguma resposta? Eu disse,
pelo respeito que tenho pela biografia do Prefeito Municipal, que não sou de
fazer falsas acusações. Eu disse: Prefeito Fogaça, afaste-se desse jovem!
Prefeito Fogaça, demita o seu Secretário da Juventude. O Secretário de
Segurança Pública, militante do PDT, que caiu no início do Governo Yeda
Crusius, disse que havia algo de podre no reino do Detran. Havia algo mais do
que os aviões da Gol e da TAM por cima do céu de Porto Alegre. Pois, ontem, a
casa caiu! Quando a casa cair em Porto Alegre, não será uma casa; será um
edifício, porque nós já levantamos os elementos aqui. Já me disseram, já me
provocaram, dizendo que eu falo as coisas aqui porque tenho imunidade
parlamentar; eu falo, sim, graças à democracia. E não vou me calar! Ontem,
recebi, Ver. João Dib, um telefonema da PUC sobre os comentários que lá fazem,
porque esse mesmo pessoal comanda, com correntes, com apagões, com fraudes, o Movimento
Estudantil da PUC. Pois eu quero dizer: eu estou gravando tudo, eu estou
anotando tudo! Não vou me calar! Talvez esse sujeito volte a esta Casa, e nós
daremos combate a ele! Porto Alegre tem uma história, o Rio Grande tem uma
história! Desde os tempos difíceis da construção desta República, que se
rebelou contra o Poder Central, esta terra tem uma história a ser conservada!
Mas, quando eu aqui falo, o mutismo tem sido geral. A conversa está boa para
alguns Vereadores, mas eles não têm nada para me responder! O Ver. Guilherme
Barbosa e o Ver. Bernardino já falaram das falcatruas do Conselho Tutelar. Como
se explica que esse Secretário diga - e faz questão de dizer - que elegeu 11
conselheiros tutelares? Eu quero saber do Conselho Municipal da Criança e do
Adolescente quais as entidades que deram o abono para os conselheiros que se
elegeram na Micro 1. Nenhum deles tem trabalho com criança e com adolescente!
Se o Ministério Público e a Polícia Federal forem investigar, vão saber que não
cairá uma casa, mas cairá um edifício! O que tem a dizer a Liderança do Governo
sobre essa questão? Nada, absolutamente nada, a não ser lançar impropérios
contra o Ver. Adeli Sell. Eu não falo por mim, Verª Sofia, Ver. Marcelo; eu falo pela honestidade, pela ética da política,
por uma trajetória de luta de homens e mulheres honradas de Porto Alegre! Nós
não merecemos o que está acontecendo aqui: o silêncio da base do Governo. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero dar as
boas-vindas ao Suplente de Vereador Jorge Sodré.
A Verª
Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria saudar, de
forma muito especial, as lideranças da nossa Cidade que acompanham os nossos
trabalhos na tarde de hoje. Acho que é muito importante para nós, Vereadoras e
Vereadores, quando podemos ser acompanhados diretamente pelas representações da
nossa sociedade civil organizada, que podem, assim, acompanhar os temas em
debate nesta Casa.
Eu queria, neste momento, democratizar duas
informações que acho extremamente importantes para a nossa Cidade. Tenho
colocado, desta tribuna, a importância e o significado do avanço da política
pública em defesa da infância na nossa Cidade, com o crescimento do número de
creches, com a ampliação das vagas para a primeira infância e com a política de
capacitação dos profissionais envolvidos com a área de atendimento à primeira
infância.
Eu acho que a Prefeitura de Porto Alegre resolveu,
esta semana, um velho problema de uma parcela da nossa comunidade da área de
periferia, que, há muitos anos, já há mais de uma década, procurava esta Casa
na busca de um equipamento social fundamental para essa comunidade. Refiro-me à
comunidade do Rincão, que é uma comunidade organizada e que, muitas vezes,
procurava fazer com que esta Casa pressionasse o Executivo, o Governo anterior,
para que ele cumprisse a
demanda do Orçamento Participativo e pudesse fazer as obras da Escola do
Rincão. Acho que nós estamos de parabéns pela priorização e pelo cumprimento
das obras da Escola do Rincão - alguns Vereadores lá estavam presentes; eu,
particularmente, não pude estar porque estava aqui acompanhando os projetos do
Executivo no Plenário. Acho que é mais uma obra extremamente relevante que a
nossa gestão, do Governo José Fogaça, começa a realizar como fruto da demanda
do Orçamento Participativo.
A
segunda questão que eu queria trazer aqui, seguramente, será mais discutida
pelo Ver. Newton Braga Rosa, porque trata-se de uma questão da sua área.
Participamos, hoje pela manhã, de mais um Seminário que o nosso Governo
realiza, com a presença de funcionários, de cientistas, de acadêmicos e de
representantes do Orçamento Participativo, junto com a sociedade civil
organizada, na busca da construção de uma agência de inovação para a nossa
Cidade.
Na
semana passada, falei do Seminário que procurava fazer o mapeamento e trabalhar
os indicadores da pobreza da nossa Cidade como forma de discutir políticas
públicas realmente calcadas não em interesses eleitorais ou partidários, mas
baseadas na demanda real e objetiva da nossa comunidade.
E,
por último, eu queria responder, mais uma vez - acho que pela décima vez -, ao
Ver. Adeli Sell, que, cada vez que vem a esta tribuna e fala do jovem
Secretário Mauro Zacher, grita, fica vermelho e diz que eu não repondo; todas
as vezes eu respondo. E não é nenhum impropério, aliás; ainda bem que, hoje,
com a transparência, com a Internet, com a televisão, esse tipo de acusação logo
é desmentida. Eu acho que defender a presença do Secretário Mauro Zacher nesta
Casa para prestar contas de um importante Projeto brasileiro, que, inclusive, é
feito em parceria entre as Prefeituras e o Governo Federal, que é o ProJovem,
que se volta, exatamente, para a população verdadeiramente excluída do processo
educacional, eu acho que é uma discussão política; não é um impropério.
É
uma pena que o Vereador, colericamente, repita, completamente fora do tom,
essas críticas e tem conchavado, sistematicamente, para boicotar a presença do
Secretário, para que ele possa, enfim, no uso do seu direito, colocar aos
Vereadores e Vereadoras o significado, a importância desse programa ProJovem,
que é um programa de inclusão do Governo Federal, feito em parceria com a
Prefeitura.
Essas
suas críticas, Vereador, são tão esquisitas, que o próprio Coordenador,
Secretário Nacional da Juventude, em Brasília, recusou-se a receber o Líder da
Bancada do PT, do seu Partido, em Brasília, tal era a partidarização; assim como
a Secretária, também, recusou-se a recebê-lo, quando V. Exª foi a Brasília - espero que V. Exª tenha ido com seu dinheiro particular.
Agora,
eu acho que a gente tem que discutir política, mas política com qualidade,
porque eu acho que esse País está cansado de baixaria na política. Então, vamos
discutir conceitos, porque eu acho que o povo de Porto Alegre merece que a
discussão deste Parlamento seja voltada aos interesses da Cidade, e não voltada
a picuinhas e debates personalistas, partidarizados, que, muitas vezes,
acontecem, e eu acho que não acrescentam e nem qualificam este Parlamento.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Verª Margarete Moraes, na
presidência dos trabalhos no dia de hoje; nobres Vereadores, Vereadoras, em
nome do Democratas, um debate saudável que se está travando nesta Casa em torno
da postura partidária quanto aos impostos do nosso País, notadamente, aqui no
Estado do Rio Grande do Sul, é o aumento da alíquota do ICMS e, em nível
Federal, a prorrogação nefasta da Contribuição Provisória da Movimentação
Financeira. Quero dizer do nosso bem-estar, da nossa alegria de podermos, nesta
quadra histórica da política brasileira, ter posições coerentes em defesa da
bandeira quanto ao aumento de impostos, quanto à carga tributária exorbitante
cobrada do bolso do trabalhador, do cidadão brasileiro. O Partido é contra, em
nível Municipal, como tenho dito; em nível Estadual e em nível Federal; é
contra qualquer aumento de impostos do nosso País. E temos que lutar, isto sim,
para diminuirmos essa carga exorbitante de impostos que o povo brasileiro paga
sem ter retorno nenhum. A CPMF existe, e a Saúde é um caos. A CPMF existe, é
cobrada, e a Educação é um caos; a Segurança mais ainda, meus senhores.
Essa
é a postura do Partido, desde o início dos debates, quando se antevia o embate
que estamos presenciando hoje.
Alega
o Governo, alega S. Exª o Presidente da República, alega S. Exª o
Vice-Presidente da República que seria uma insanidade o Congresso acabar com a
prorrogação da CPMF. S. Exas ou não sabiam, ou não queriam saber -
como sempre dizem: “Eu não sei de nada; eu não vi nada” -, mas estava escrito
na Lei: três anos de prorrogação da CPMF; em dezembro de 2007, cessaria essa
cobrança. Cobrança perdulária, cobrança traumática, porque cobra,
indiscriminadamente, de todos os brasileiros, do mais alto signatário, nos
vencimentos, ao mais excluído de todos; o esmoleiro, aquele que não tem nada,
paga CPMF, sim, basta comprar uma bala, um litro de leite, que estará pagando,
e pagando caro, para não ter nada em troca! Espera durante quatro meses por uma
consulta; espera durante quatro anos para ter direito a uma cirurgia. Mas temos
dinheiro para jogar no ralo da corrupção. É só virarmos as páginas dos jornais,
e não é mais uma a cada dia, mas hoje são várias: é o nosso Detran, é no
futebol, é no Ministério da Cultura, e tudo num dia só. E assim estamos indo.
Em
vez de fazermos a política que o Democratas sustenta, da probidade
administrativa, da valorização do imposto que o povo paga, que seja um
centavozinho, mas que seja bem aplicado e que dê retorno à sociedade, e que
faça o verdadeiro desenvolvimento social neste País.
É
o momento de nós nos firmarmos, porque, desses bilhões em impostos que saem do
Estado do Rio Grande do Sul, de 2,5 a 3 bilhões, volta menos de um bilhão em um
serviço capenga, nefasto, ultrapassado.
Se
esse dinheiro girar no Estado do Rio Grande do Sul, os impostos que ele vai
dar, durante o ano, com certeza, cobrirá o déficit do nosso Estado.
Mas,
Srª Governadora, com o esforço que V. Exª
está fazendo, não pode ser novamente onerando o bolso do trabalhador. O
que nós temos é que nos levantar e ir ao Poder Central exigir os direitos
tributários a que o Estado tem direito e que hoje lhe é negado. Nós temos
alternativas para fazer a equalização do déficit público do Estado do Rio
Grande do Sul, basta cobrarmos a desoneração das exportações, e há outras
medidas muito mais salutares.
Encerrando,
Srª Presidenta, quero dizer que voltaremos ao assunto ainda no dia de hoje,
porque é chegado o momento de uma grande decisão, histórica, da nossa Pátria, a
valorização do imposto, seja ele o quanto for. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Srª
Presidenta, Verª Margarete Moraes, que
preside os trabalhos da nossa Sessão Plenária de hoje, na pessoa de V. Exª ,
quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, senhoras e
senhores presentes nas galerias, TVCâmara e demais autoridades. Venho a esta
tribuna, em Liderança, falar em nome do meu Partido, do PDT, tendo em vista as
manifestações do Ver. Adeli Sell, que dizem respeito, mais uma vez, às suas
críticas contundentes e diárias, nesta tribuna, ao ProJovem, um Projeto
compartilhado do Governo Federal com o Governo Municipal, que diz respeito à
inclusão de jovens de 18 a 24 anos que não terminaram os estudos até a 4ª
série. Esse foi um recurso que este Governo conseguiu construir e trazer para a
nossa Capital e que tem sido investido no sentido de se buscar e trazer esse
jovem de volta ao convívio social, dando-lhe uma oportunidade de
aperfeiçoamento e de estudo.
Eu
gostaria de ter a atenção de V. Exas, e falo em nome da minha
Bancada, composta, nesta Casa, pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro,
Ervino Besson, Mario Fraga e Márcio Bins Ely, porque, infelizmente, alguns
problemas que são externos a esta Casa têm sido associados a esta Casa, e eu
preciso me manifestar, neste momento, contrário a essa postura.
Digo
isso, porque houve um grande escândalo de roubos de selos na Assembléia
Legislativa, e estavam procurando, aqui na Casa, o Deputado ou os Deputados, ou
aqueles responsáveis pelo roubo de selos na Assembléia. Depois, nós tivemos
problemas com as quilometragens, com o reembolso pelas indenizações dos
veículos dos Deputados na Assembléia, e quiseram encontrar o Deputado, ou a
situação da indenização dos veículos, aqui na Câmara Municipal, mas o problema
era na Assembléia.
E
hoje está estampado nas notícias dos veículos de comunicação da nossa Cidade
que foram detectados pela Polícia Federal problemas no Detran, e me parece que
estão trazendo os problemas do Detran para a Secretaria de Juventude, Ver.
Adeli. Acho que nós não podemos “misturar alhos com bugalhos”; e nós não
podemos ir tão depressa, nós temos de ir “devagar com o andor, porque o santo é
de barro”. Primeiro, porque um Governo que realmente enfrenta uma situação e
cria, no seu conjunto, no seu coletivo, uma Secretaria de Juventude para
estabelecer prioridades e construir políticas públicas para investimento nos
jovens, ele tem de ser reconhecido; esta é uma iniciativa corajosa e
importante. E digo isso porque sou o Vereador mais jovem nesta Casa, e sei da
importância que tem se construir isso a partir da criação de mecanismos e
ferramentas como esta. Nós trabalhamos aqui, discutimos, ainda, no início deste
mês, a criação de um Conselho Municipal da Juventude. Agora, eu não tenho
procuração para defender o Secretário Mauro Zacher, mas, se existem problemas a
serem apontados, que se faça pelos meios formais cabíveis. O Secretário está
tentando vir à Câmara e não consegue. Estava agendado para ele vir aqui à
Câmara, no dia 08, amanhã, e foi cancelada a vinda do Secretário; agora, ele
terá de vir na semana que vem, no dia 14; estão postergando a vinda do
Secretário. Mas, então, vamos ouvi-lo, vamos ouvir as suas manifestações, vamos
saber o que de efetivo está sendo construído em prol dos jovens da nossa
Cidade.
Quero
dizer também que, com muita humildade, dei a minha contribuição, sim; consegui
aprovar e aprovamos nesta Casa, por minha iniciativa, o Projeto de Lei que
criou o Estatuto da Juventude em Porto Alegre. Políticas públicas de juventude
são, sim, uma coisa séria, é um ponto muito importante que deve ser abordado.
Nós temos questões que envolvem educação, saúde, questões culturais, esportivas.
Nós queremos, sim, que a Secretaria de Juventude dê certo. Mas esta sistemática
de sangria, de bater diariamente sem fundamentos, em cima de e-mails
anônimos, com denúncias vazias, não pode se perpetuar nesta Casa, Vereador. Nós
temos que nos manifestar, neste momento, contrários a esta prática e enfrentar
de maneira muito séria, não fazendo correlações e analogias com situações que
dizem respeito a entidades estaduais, trazendo problemas para esta Casa; queremos
enfrentar, sim; estamos aguardando o Secretário. É uma pena que, amanhã, por
alguns motivos burocráticos, ele não possa estar aqui para se defender, mas,
dia 14, ele estará aqui. Vamos encaminhar todas essas questões tão duvidosas
que estão sendo ventiladas; algumas, inclusive, foram pontualmente enfrentadas.
Eu bem me recordo que o Ver. Mario Fraga entregou em suas mãos, Vereador,
aquela licitação - que, no seu entendimento, havia tido vício na sua origem, no
seu encaminhamento -, e, até agora, eu vi que não foi contestada.
Então,
vamos ter muita tranqüilidade neste momento difícil, porque, realmente, as
questões que envolvem o cenário político tanto nacional quanto estadual são
críticas no que dizem respeito à questão da credibilidade da classe política;
temos que ter muita cautela, muita calma para não cometer, da tribuna desta
Casa, nenhuma injustiça. Se houver alguma irregularidade, que seja apurada, e
os responsáveis punidos. Não é possível que possamos estar compactuando,
Vereadora, com encaminhamentos que não tenham fundamento jurídico, que não
tenham prova consubstancial e que possam, efetivamente, estar dando sustentação
a esse tipo de debate, a esse tipo de intervenção na tribuna desta Casa. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Margarete Moraes, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, existe algo que atrapalha o País, atrapalha o nosso Estado
e o nosso Município há muito tempo: o mau sindicalismo. Esse mau sindicalismo
deu hoje provas de como não se deve agir em defesa das classes, porque o
sindicato está aí para defender as categorias, as classes funcionais,
profissionais.
Enquanto não houve, em nenhuma parte do País, por
parte dos sindicatos, manifestação contra a manutenção da CPMF, nenhum
sindicato, principalmente a CUT, não se manifestou contra a CPMF. A CUT
resolveu - contrariando tudo aquilo que se pensava, abandonar completamente a
luta para não se continuar com a CPMF e, simplesmente, mostrando um
partidarismo que tem infelicitado a nossa sociedade - protestar contra o Pacote da Governadora Yeda, provocando, hoje,
uma paralisação completa da nossa Cidade. Toda a Cidade ficou absolutamente
trancada por causa das manifestações da CUT. Se as manifestações, Ver. Elói
Guimarães, fossem gerais, se fossem manifestações contra tudo aquilo que está
acontecendo de errado ou sobre tudo aquilo que pode, realmente, vir a pesar
sobre os contribuintes, aqui na nossa Cidade, aqui no nosso Estado, em todo o
País, até seria de se aplaudir, porque, afinal de contas, ela estaria fazendo,
quem sabe lá, o seu papel. Mas, não; ele estava, exatamente, se manifestando
contra apenas o Governo do Estado. Fora aquilo que está acontecendo no Governo
Federal, parece que, lá, não está acontecendo nada. Parece que nós estamos,
realmente, vivendo num mar de felicidade com relação ao Governo Federal. Por
isso mesmo, eu vou, mais uma vez, afirmar coisas que eu já disse aqui, desta
tribuna, várias vezes. O mau sindicalismo, na verdade, é uma grande força do
mal, é uma grande força que apenas serve para arrasar a sociedade, para
defender o seu Partido político, para defender a sua corrente política, a sua
corrente ideológica. O mau sindicalista acaba atentando contra toda uma
sociedade. Hoje, o que aconteceu foi, mais uma vez, a prova de que,
infelizmente, nós precisamos, imediatamente, de uma grande reforma sindical.
Quem sabe, Ver. Elói Guimarães, aquela votação que aconteceu lá na Câmara dos
Deputados não possa servir de alerta para que bons dirigentes sindicais possam,
a esta altura dos acontecimentos, estar pensando em uma nova fórmula para bem
representar a sua categoria profissional, para realmente defender aqueles que
eles têm que defender? Sindicato não é para defender Partido político.
Sindicato não é para reforçar as fileiras de Partido político. O sindicato tem só uma missão, o
sindicato tem a missão de defender a sua classe funcional, a sua classe
profissional, é só essa a função do sindicato. Quando ele envereda por outras
vias, por outros rumos, ele está, na verdade, causando um grande desserviço
para a nossa sociedade. Eu sempre elogiei os bons sindicalistas, aqueles que
estão em defesa do que realmente tem que ser defendido, isto é, melhores
salários, melhores condições de trabalho para aqueles que realmente trabalham.
Mas os sindicalistas que apenas servem para reforçar Partidos políticos, estes
devem ser banidos, em definitivo, do mundo sindical.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes):
O Ver. Haroldo de Souza solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de
7 e 8 de novembro de 2007. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Jorge
Sodré, que integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude, em
função da impossibilidade de os Suplentes Gustavo Bierhals e Fabricio José
Klein assumirem a Vereança.
O
Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NEWTON BRAGA ROSA:
Verª Margarete Moraes, coordenando os
trabalhos desta tarde, falo em nome do PP, que tem a firme e suave Liderança do
Ver. Dib; João Carlos Nedel; e o assunto é um evento que está acontecendo
agora, no 10° andar do City Hotel, promovido pelo Secretário Cézar Busatto,
Secretário de Governança, que está apresentando a criação de uma Agência de
Inovação e Desenvolvimento Científico para a cidade de Porto Alegre; é o
InovaPoa. Essa Agência é uma resposta a reivindicações do Comcet, que é o
Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia, que, há muito tempo, dizia que a
cidade de Porto Alegre precisava de uma referência, de uma porta única de
entrada para tratar dos assuntos dessa área.
O
objetivo apresentado pela Agência: (Lê) “Ser o braço estratégico e operacional
da administração pública municipal para a consecução dos objetivos de fomento à
inovação”.
Parte-se
do princípio de que Porto Alegre não é uma cidade industrial, deixou de sê-la
há mais de 50 anos, não é uma cidade agrícola pelas razões que nós conhecemos;
é uma cidade urbana, embora tenha uma área rural importante; é uma cidade de
serviços, e a busca da sua vocação passa, sem dúvida, pela inovação.
Essa
Agência, que é uma entidade privada onde se faz a gerência do Governo, é uma
associação mista de iniciativa privada e poder governamental. Em busca de quê?
Da articulação entre empresas, universidades e setor público para a geração de
produtos e serviços de base tecnológica que permitam a geração de renda,
empregos qualificados e uma nova feição para a nossa cidade de Porto Alegre. A
visão de longo prazo é a transformação de Porto Alegre em referência nacional e
internacional, no que diz respeito à inovação, ao desenvolvimento científico e
tecnológico. E aí vêm as duas áreas-temas que, pelo menos, vão nortear as ações
neste primeiro momento: a área de Tecnologia da Informação e Comunicação e
Ciências da Saúde e Biotecnologia. Não podemos esquecer que, ao longo da
Avenida Ipiranga, nós temos 32 instituições como hospitais, clínicas, centros
de pesquisa, sindicatos representativos desses segmentos da área da Saúde. É o
que se chama de pólo-saúde. Esse pólo-saúde é distribuído ao longo da Ipiranga;
tem lá o Hospital da PUC, o Hospital das Clínicas, o Hospital Ernesto
Dornelles. Eles representam uma oportunidade para a Cidade, inclusive no que
diz respeito ao turismo - vejam só - de pessoas que buscam, na Capital,
tratamento clínico diferenciado.
Os
princípios norteadores dessa nova Agência passam pela melhoria da qualidade de
vida da população; pelo desenvolvimento harmônico, ético e sustentável; pela
colaboração e cooperação entre empresas, universidades e Governo. Um dos itens
que mais justificam esse tipo de iniciativa é a necessidade que Porto
Alegre tem de satisfazer requisitos dos órgãos financiadores. Nós temos um
edital da Finep, que diz claramente que estão habilitados a participar daquele
edital os Municípios que tiverem uma Secretaria de Ciência ou Tecnologia ou
algum órgão equivalente, ou seja, esse é um exemplo claro daquilo que eu já
disse nesta tribuna: Porto Alegre está perdendo dinheiro pelo fato de não ter uma
Secretaria de Ciência e Tecnologia, ou, conforme está sendo proposto
alternativamente, uma agência que se ocupe prioritariamente desse assunto.
Eu
gostaria de lembrar de algumas outras iniciativas desta Casa que complementam
esta Agência que está sendo discutida com a comunidade científica e com
empresários, inclusive com participantes do Orçamento Participativo: nós
propusemos a criação de um parque empresarial tecnológico - o que, antigamente,
se imaginava, iria acontecer no 4º Distrito. Não está longe; a nossa proposta é
que o parque empresarial tecnológico fique na frente do Aeroporto, e esse é um
assunto já de conhecimento dos Vereadores desta Casa.
Gostaria de lembrar de outro pronunciamento
recente, em que dizíamos que, para complementar a necessidade de mão-de-obra
especializada na área de programação de computadores, estaremos encaminhando a
esta Casa um pedido, uma inclusão no Orçamento, para que três escolas
municipais possam oferecer cursos pós-Segundo Grau, de modo que se tenha
mão-de-obra, em nível técnico, de programação para satisfazer algumas das 1.700
vagas em aberto.
E, finalmente, uma reflexão a respeito da
comprovação que tivemos no Município, de que redução de impostos aumenta a
arrecadação. Foi o que aconteceu com a área de Informática.
Acredito que o Município de Porto Alegre está
vivendo um momento importante com a discussão entre pessoas da área da sua
Agência de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que será
conhecido pelo nome de InovaPoa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver.
Newton.
O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Verª Margarete Moraes, na presidência dos
trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
assiste, pretendo falar em dois assuntos: o primeiro diz respeito a escândalos
e Partidos políticos, e o segundo diz respeito a Conselho Tutelar.
Na verdade, eu estou convencido de que nós devemos
tomar muito cuidado quando fazemos, desta tribuna, ataques aos que são presos,
são descobertos, e mencionamos Partidos políticos.
Ver.
Elói Guimarães, para nos proteger, vamos tentar proteger os Partidos. Não
podemos acusar um Partido pelo fato de alguém filiado ou militante ter sido
descoberto ou praticado um crime. Eu acho que, com todo o respeito, os
Partidos, os representantes de Partidos devem tomar esse cuidado, porque não
são os Partidos políticos que estão cometendo crimes no Brasil, Ver. Sebenelo,
são pessoas vinculadas a Partidos. Então, já se foi a época que alguém vinha a
esta tribuna e dizia, batia e afirmava que o seu Partido não estava ou não
tinha esse ou aquele praticante de um crime ou outro. Vamos nos proteger. Vamos
respeitar as pessoas, de um modo geral; em todos os segmentos da sociedade, nós
vamos encontrar aqueles que denigrem a imagem. Mas vamos respeitar as
entidades. Eu acho que é o mínimo que nós podemos fazer. E eu não estou nem
preocupado, porque o meu Partido não foi citado aqui hoje; outros foram
citados.
Então, tenho uma preocupação muito grande para que
não deixemos tirar proveito, porque hoje é um Partido, e, amanhã, será o outro.
Isso já se confirmou. Então, por favor!
Agora o Conselho Tutelar. Há que se fazer um
registro, Presidenta - o Prefeito José Fogaça, agora em seu Governo, trouxe
novidades: para concorrer ao Conselho Tutelar é preciso ter dois diferenciais:
primeiro, ter, no mínimo, o 2º Grau; segundo, fazer um curso preparatório, um
exame.
Ver. Claudio Sebenelo, é preciso ter o 2º Grau
completo e um curso preparatório.
(Aparte anti-regimental do Ver. Cláudio Sebenelo.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Sebenelo,
para alguém concorrer ao Conselho Tutelar, hoje, tem que ter o 2º Grau e fazer
curso preparatório.
(Aparte anti-regimental da Verª Clênia Maranhão.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Verª Clênia, eu não posso lhe dar um aparte, mas
é 2º Grau e curso preparatório; concorda comigo? Mas, Ver. Dib, infelizmente,
nós temos que nos dar as mãos, porque, da forma como está, aceitando a eleição
de uma lista que contém cinco concorrentes, vai acontecer sempre o que
aconteceu na última eleição: ou é alguém que tem o domínio sobre 1.500 ou 2.000
pessoas ... E aqui, não quero dizer quais os segmentos, porque eu já estava
fazendo um discurso no sentido de respeitar as entidades, mas nós sabemos que,
do jeito que está, não dá para ficar. Nós não podemos mais aceitar eleições em
pencas, com todo o respeito. A eleição deverá ser individual para eliminar, no
mínimo em parte, o que ocorreu na última eleição; eleger cinco é incentivar o
crime, porque, nessa última eleição para o Conselho Tutelar, infelizmente,
muitos praticaram crimes. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós todos,
evidentemente, e a sociedade gaúcha, nem poderia ser diferente, estamos
estarrecidos diante dos lamentáveis acontecimentos dos quais se toma
conhecimento, envolvendo pessoas, homens públicos da sociedade gaúcha, enfim,
pessoas que têm trajetórias na Administração pública e que acabam de ser
presas, algemadas, numa situação extremamente constrangedora para os fóruns e
apanágios históricos do Rio Grande do Sul.
Não poderíamos imaginar, Srª Presidente, Srs.
Vereadores, que acontecimentos desta envergadura pudessem acontecer no Rio
Grande do Sul. Talvez, Ver. João Antonio Dib, na nossa história recente, não
tenhamos tido ainda acontecimentos tão impactantes como os que mostra a mídia,
através de farta documentação, de fotografias de homens algemados, levados para
a Polícia Federal. Então, nós precisamos ver apurados, nos mínimos detalhes,
todos esses acontecimentos que estarrecem todos.
Jamais poderíamos imaginar que, no Rio Grande do
Sul, assistiríamos a esses acontecimentos envolvendo personalidades, em nível
de Ministros. Isso nós já tínhamos visto no Brasil, mas, no Rio Grande do Sul,
com essa moldura, não tínhamos visto igual, de dirigentes como os do Detran,
enfim, de setores importantes da Administração Pública, serem levados à
situação em que se
encontram. Então, faz-se imprescindível que os fatos sejam apurados, mas em
regime de absoluta urgência, para que se defina claramente: é responsável? É
culpado? Houve o cometimento, e, como tal, tem que ser devolvido o que foi
levado do erário! Então, é algo estarrecedor; jamais poderíamos imaginar que
isso pudesse acontecer. É de lamentar, porque nós tínhamos, no concerto
nacional brasileiro, uma postura que não se compraz com os acontecimentos que
estamos lendo, assistindo e ouvindo pelos meios de comunicação. Então, fica
aqui o apelo, o apelo da Casa, eu até diria, para que todos esses
acontecimentos envolvendo essa situação do Detran, no Rio Grande do Sul, sejam
prontamente e imediatamente apurados, para que se possa dizer: “Olhem, é
responsável, cometeu e, como tal, tem que ser rigorosamente punido”. Porque, se
continuarmos com esses fatos todos e todos esses acontecimentos, vamos perdendo,
aos poucos, a nossa própria auto-estima, e de Administrações, como de resto,
que têm, pela moralidade, pela lisura do trato da coisa pública, um dos
apanágios, talvez, o último, o restante dos apanágios, que é exatamente o zelo
que nos caracterizou ao longo da história.
Portanto,
fica aqui a nossa manifestação, para que, o mais breve, o mais rápido possível,
se apure, definitivamente, esses acontecimentos, em vista dos quais a sociedade
gaúcha está impactada, envolvendo o Departamento de Trânsito do Estado do Rio
Grande do Sul. Obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A
Verª Maristela Maffei está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
Logo
após, encerraremos esta Sessão e abriremos uma Sessão Extraordinária.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, é
bem verdade que vivemos tempos que já conhecemos da história, e hoje, com o
rigor mais apurado, nós esperamos ansiosos que, de fato, as coisas não fiquem
apenas no sensacionalismo marrom que alguns meios de comunicação - nós sabemos
muito bem - fazem. Mas também nós vivemos tempos de muitas perdas, e parece que
aqueles que mais trabalham são os mais canalizados para fazer um paralelo como
se todos fossem iguais. É o caso que está acontecendo hoje, por exemplo, com o
Pedido de Urgência para o Projeto do PREVIMPA, bem como a matéria que saiu,
esta semana, em relação aos Vereadores da Casa de Porto Alegre. Eu tenho
certeza, Srª Presidenta, de que V. Exª
não declarou o que está na imprensa, assim como o que eu declarei também
não está; o que está na imprensa é que eu votaria o Projeto sobre os gastos
desta Casa de acordo com a proposta da Mesa. Eu não vou votar com a Mesa, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vou votar favoravelmente ao que a maioria dos
Vereadores desta Casa vai propor. Vamos deixar isso claro, porque esta é uma
Casa transparente, tem se colocado assim, e eu faço o desafio novamente: que a
imprensa acompanhe os nossos trabalhos, dê visibilidade ao trabalho dos
Vereadores desta Casa, para, depois, poder opinar e vir perguntar. Aliás, vou
deixar claro que não farei mais nenhuma declaração, a não ser por escrito, em
duas vias, porque não é mais possível nós fazermos uma fala e, depois, os meios
de comunicação passarem outras falas para fora. Mas não quero entrar no mérito,
até porque nós temos reuniões sistemáticas nesta Casa e, com certeza, vamos
discutir este assunto com a seriedade necessária.
Eu queria lembrar, senhoras e senhores, que está
para entrar em leilão a folha de pagamento, que agora é do Banrisul, e que nós
temos ouvido muitos e muitos comentários no sentido de que passaria para outro
banco, que a Prefeitura Municipal de
Porto Alegre faria um leilão para fazer um caixa rapidamente, até porque essa
gestão só vai até o final do ano que vem, e estaria, então, gestionando essa
venda.
Senhoras
e senhores, os dirigentes do Sindicato dos Bancários e da Federação dos
Bancários do Rio Grande do Sul comemoraram a aprovação, pelos Deputados
Estaduais, do Projeto que obriga prefeituras a manter a folha dos servidores no
Banrisul. A proposta do Deputado Gilberto Capoano teve voto unânime dos
integrantes da Comissão de Constituição e Justiça. Para as entidades, a medida
fortalece a instituição e mantém os recursos no Estado, já que Prefeitos têm
tirado do banco os salários dos servidores, atraídos por ganhos extras.
Acompanharam a votação, que terminou com onze votos a zero, as Diretoras da
FEEB - Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários - do Rio Grande
do Sul - Denise Falkenberg e Lourdes Rossoni, e o Diretor do Sindibancários,
Antônio Pirotti. O Projeto de Lei utiliza a Constituição Estadual para forçar
as prefeituras a manter as remunerações no Banrisul. Segundo o art. 147, os
recursos do Estado, dos Municípios e das entidades da Administração Indireta
serão depositados em instituições financeiras oficiais do Estado.
Portanto,
senhoras e senhores, nós sabemos que esse Projeto de tirar as contas do
Banrisul também é uma tática da Governadora Yeda, de acumular a política no
sentido da privatização do nosso Banrisul. E nós, como servidores, como pessoas
conscientes de que temos um trabalho, um serviço a prestar para a comunidade,
temos que lutar assim como estamos lutando hoje em relação ao PREVIMPA, pela
manutenção da folha: que a conta da Prefeitura bem como da Câmara Municipal e
das instituições permaneçam no nosso Banco do Estado do Rio Grande do Sul.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço
a fala da Verª Maristela Maffei, que se
manifestou em nome do seu Partido, o PCdoB.
Visivelmente,
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h03min.)
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